Styleguide

Questões de estilo

Demonstrativos

Usar esse/essa/isso para coisas já mencionadas no texto, e este/esta/isto para coisa que vêm a seguir.

Em relação às pessoas do discurso, a regra é: usar este para o que ou quem está próximo de quem fala (eu); esse para o que ou quem está próximo de quem ouve (tu); aquele para o que ou quem está longe dos dois (ele).

Quando o autor se referir ao próprio livro que está sendo publicado, usar sempre este, não esse.

Abuso do possessivo e demonstrativo

Antes de partes do corpo não se deve usar o possessivo. Deve-se dizer: vou lavar as mãos (e não minhas mãos); penteie o cabelo (e não o seu cabelo); lavem os pés (e não os seus pés); estavam com a boca cheia de arroz (e não: estavam com suas bocas cheias de arroz). Neste caso, dispensar o possessivo e o plural).

Evitem-se, sempre que possível, os adjetivos meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas, pois será de grande economia, elegância e correção.

“Vamos abrir a Bíblia” (e não: “Vamos abrir as nossas Bíblias”). “Quem estiver a favor, levante a mão” (e não: “Quem estiver a favor, levante a sua mão direita”). “Vamos inclinar a cabeça” (e não: “Vamos inclinar as nossas cabeças”). “Dobremos os joelhos” ou “ajoelhemo-nos” (e não: “Vamos dobrar nossos joelhos”).

Demonstrativo dispensável

“Jesus voltará a esta Terra”. Como só existe um planeta Terra, o certo é dizer: Jesus voltará à Terra.

Abuso do artigo indefinido

Deve-se evitar, sempre que possível, o emprego dos artigos um, uns, uma, umas. Exemplos: “Baraque era um escriba, o que significa não apenas escritor, mas também um homem de escritório.” A frase ficaria mais elegante omitindo-se o artigo indefinido um nos dois casos em que aí aparece: “Baraque era escriba, o que significa não apenas escritor, mas também homem de escritório.” “Menina, não seja tola” (e não: “Menina, não seja uma tola”).

Às vezes é conveniente substituir o indefinido pelo definido. Em vez de dizer: “Um cristão não deve mentir”, diga-se: “O cristão não deve mentir”.

Substantivos distributivos

Deve-se usar a forma singular. Em vez de dizer: “Todos estamos com os corações agitados”, diga-se: “Todos estamos com o coração agitado.” Em vez de: “As vidas de todos nós dependem de Deus”, diga-se: “A vida de todos nós depende…” Em vez de: “Todos os irmãos vieram com as esposas”, diga-se: “Todos os irmãos vieram com a esposa.”

Emprego errado do condicional em vez do positivo

Por influência do inglês, tem-se introduzido em nossa língua um mau emprego do condicional. Os verbos em inglês should, could, would e ought não são traduzíveis pelo nosso condicional quando expressam um fato positivo, incondicional. Não se deve dizer, por exemplo, devíamos ou deveríamos ser bons cristãos, mas devemos ser bons cristãos. Em vez de dizer “os jovens deveriam ser muito cuidadosos”, é melhor dizer: “os jovens devem ser muito cuidadosos”.

Infinitivo

Se a gramática permitir, os verbos no infinitivo não devem ser flexionados: eles foram obrigados a andar (não andarem) 50 km; os meninos tinham receio de ser (não de serem) ridicularizados.

Adjetivos

O texto noticioso deve limitar-se aos adjetivos que definam um fato (noticioso, pessoal, vizinho, próximo, sulino, etc.), evitando aqueles que envolvam avaliação ou encerrem carga elevada de subjetividade (evidente, imponderável, belo, bom, ótimo, inteligente, infinito, etc.). Mesmo nas matérias opinativas, em que o autor tem maior necessidade de recorrer aos adjetivos, a parcimônia é boa conselheira. O jornalista pode sempre mostrar que um temporal foi devastador e um incêndio foi violento. Ou que uma peça constitui retumbante fracasso. Tudo isso sem poluir seu texto com dezenas de qualificativos.

Exemplos: culto abençoado, louvor engrandecedor, participantes reavivados, participantes animados, etc.

Outras dicas sobre o uso da crase: http://www.estadao.com.br/manualredacao/crase.shtm

Guia Prático da NOVA ORTOGRAFIA: http://michaelis.uol.com.br/novaortografia.php